Remake: O Rebu


A Rede Globo manifestou um forte desejo e O Rebu (1974) talvez será o próximo remake da emissora. Se quando foi criado o horário, muitos achavam que seriam remakes de novelas mais recentes, se enganaram. A emissora está optando por novelas antigas, tanto que elegeu a trama de Bráulio Pedroso em lugar de Tieta (1989), uma novela relativamente recente. A novela foi uma das grandes ousadias da época, pelo simples fato de que se passava inteira - ou seja, com 112 capítulos - em uma noite. Os fatos que sucediam a história decorriam de flashbacks a respeito da vida dos integrantes da festa que era o ponto crucial da trama. 

A história. 

Conrad Mahler (Ziembinski) é um milionário excêntrico, que vive numa mansão no Alto da Boa Vista, Rio de Janeiro. Ele resolve fazer uma festa que tem por intuito de recepcionar a princesa italiana Olympia Boncompagni (Marília Branco). Durante a festa tudo transcorre perfeitamente, todos se divertem, até o amanhecer. Quando raia o sol, os convidados descobrem um cadáver na piscina da mansão. Além de não saberem quem matou e o motivo, eles não sabem de quem se trata o corpo, já que ele está de bruços na água. Vinte e quatro convidados, todos suspeitos, inclusive o anfitrião da festa. Dentre os personagens dessa história estão: Boneco (Lima Duarte), um ladrão que encontra o convite e vai até a festa se passando por um industrial italiano; o milionário Braga (José Lewgoy)  e sua esposa Lídia (Arlete Sales); e Laio (Carlos Vereza), um milionário autista acompanhado de sua esposa. 
A suspeita é de que o corpo boiando seja de um homem, pelos curtos cabelos. Mas depois de uma cena de flashback da festa, aparece um momento de descontração das mulheres da festa, cortando os cabelos. Tal fator colocou mais dúvida ainda no público. No meio da trama, a identidade da vítima é revelada, se trata da jovem Sílvia (Bete Mendes). Quem matou? O milionário Conrad. Motivo? Ciúmes da moça com seu "pupilo" Cauê (Buza Ferraz). 

A ousadia da trama. 

Quem imaginaria que nos anos 70, uma trama de uma noite só daria tão certo? Pois é, a novela foi um dos projetos mais audaciosos da emissora. A continuidade foi um dos maiores empecilhos da novela, pois as cenas exigiam que os personagens funcionassem ora como protagonistas da cena, ora como coadjuvantes. Para que a continuidade fosse perfeita, era necessário que os diretores e elenco se empenhassem para dar a mesma tonalidade das cenas anteriores, assumirem as mesmas posições. Arlete Sales disse em entrevista que não aguentava mais usar o mesmo vestido durante praticamente toda a trama. O autor, para criar a história a partir de vários momentos, teve de rever várias fitas da novela para se lembrar por completo do que havia sido feito e retomar sua história a partir daquele ponto. Outra questão desafiadora na novela foi retratar o homossexualismo de forma natural, algo inusitado para aqueles anos. A censura da ditadura estava sempre em cima e isso impediu vários desafios a respeito da história entre o milionário Conrad e Cauê. 

O nome que deu título à novela surgiu da expressão rebuliço, criada por Ibrahim Sued para designar "festa". Na realidade, a expressão de Ibrahim veio de um diminutivo de "rebuceteio", que significava uma grande quantia de mulheres, palavra essa surgida de uma pornochanchada da época. Ainda não é certeza plena que seja esta novela exibida no horário, mas há grande chance, já que o ator Tony Ramos foi cortado da novela de Aguinaldo Silva em prol de O Rebu. A trama será escrita por George Moura, autor de pequenos projetos na emissora, como O Canto da Sereia (2013) e Amores Roubados (2014), que estreia em janeiro. A direção fica a cargo de José Luiz Villamarim, um dos companheiros de Ricardo Waddington nas direções.