Retrospectiva 2013: Novelas do SBT


Hoje começamos nossos trabalhos das retrospectivas. Pra começar, vamos partir da emissora do tio Sílvio que finalizou um dos maiores sucessos atuais do canal: Carrossel.


Poucos acreditavam, mas a novela que prometia reunir a família em frente à TV, chegou ao fim. Eu digo "poucos", porque geralmente o SBT sofre do mal que a Globo enfrentou com Amor à Vida, prolongar algo que deu certo - nem que seja apenas no quesito audiência. E mais do que prolongar, os chefinhos da emissora que tem sede no Anhanguera, geralmente esticam até saturarem o público e cortar de uma hora pra outra #CoisasDoSBT. Com 310 capítulos, a novela escrita por Íris Abravanel baseada no remake mexicano, conseguiu agradar a gregos e troianos e segurar uma audiência sempre acima dos 10 pontos, algo inusitado para a teledramaturgia atual fora da Rede Globo. Muitos justificam tal feito graças à falta de programação infantil na TV aberta, não só na faixa da noite, como até mesmo os infantil matutinos, que perderam força. A Globo, detentora da maior audiência do país simplesmente aboliu as crianças de sua grande quando estreou mais um programa feminino no horário que era ocupado pela então TV Globinho. Os outros canais aproveitaram da situação e começaram a usar de mecanismos de ataque, como clássicos teens da Disney que eram (ou são, porque eu não assisto há tempos) transmitidos na Band ou mesmo clássicos infantis transmitidos pelo próprio SBT. Talvez a ideia do Carrossel não tenha surgido como uma forma de trazer esse público infantil carente para a TV, mas apenas uma ideia de criar uma novela que foi sucesso anos atrás na emissora. Não havia tanta expectativa diante de tal façanha, quando os números apareceram, todos se surpreenderam. Reynaldo Boury, diretor da trama alegou esse pensamento quando citou a expectativa a respeito da estreia de Chiquititas, também dirigida por ele. 

Agora a expectativa é o contrário [de Carrossel]. A gente espera que seja uma excelente audiência e pode ser que não seja. É um tiro no escuro que nós vamos dar em repetir um tema, o tema das crianças.

Pois é, Carrossel marcou seu lugar na TV brasileira e é considerado um dos maiores sucessos atuais do SBT; já sua sucessora Chiquititas, não pode dizer o mesmo. De mesma autoria e direção, a novela não agradou tanto quanto a antecessora, e o motivo? Não sabemos! Ela é feita com o mesmo cuidado, com cenários que fogem do padrão SBTosco de qualidade, grandes, claros, cheios de cores e uma abertura en-can-ta-do-ra.


Talvez o elenco não tenha agradado tanto quando de Carrossel, que mostrava crianças seguras em suas interpretações, diferente dos pré-adolescentes da atual novela da emissora. Não é considerada nem de longe um fiasco pra emissora, que traz em sua história grandes fracassos novelísticos - haja vista que teledramaturgia nunca foi o carro-chefe do SBT, que sempre teve foco em programas de auditórios. Mas talvez tenha sido depositada muita esperança, diferente de Carrossel, em cima da novela, que fez a emissora paulista cobrir-se de louros no passado. Apesar de um repercussão menor que a sua antecessora ou mesmo que sua versão original de 1997, Chiquititas vem atingindo, segundo jornalistas, os mesmos números da versão brasileira dos anos 90. #SBTBrilhou
Não podíamos falar de SBT, sem citar os grandes sucessos mexicanos que voltaram para a emissora neste ano. Detendo novamente os direitos sobre os produtos da Televisa no Brasil, o canal não poupou esforços em causar uma overdose nos telespectadores mais fervorosos por produtos estrangeiros. Marimar, Maria do Bairro e Rebelde são grandes clássicos mexicanos que marcaram seu retorno à TV nesse ano e, porque não dizer, fizeram a alegria de todos. Mas nem só de reprise viveu o canal, que apresentou duas novelas inéditas: Cuidado com o Anjo e Por Ela Sou Eva, uma novela recente no México. A primeira trama agradou tanto que conseguiu atingir os trending topics do Twitter, já a segunda ainda sem encontra em "fase de aceitação" (eu nunca assisti, logo não opinarei).


Em suma, o ano foi relativamente bom para o SBT, que terminou de colher suas glórias de 2012 com Carrossel, e iniciou uma nova fase - quase tão boa quanto a antecessora - com Chiquititas. A autora, esposa do homem do baú, ganhou grandes elogios da crítica com relação à evolução de sua escrita e a emissora, de forma geral, também foi muito elogiada por criar cenários lúdicos, cheios de vida para retratar os universos infantis e infanto-juvenis. Sabemos que Chiquititas povoará nossas mentes e estará sempre presente na hora em que formos zapear os canais, até 2015, logo não criaremos grandes expectativas para o canal nesse novo ano que se inicia. Mas nós, eternos órfãos desse clássico da TV, esperamos que ela venha trazer mais sucessos ainda pra emissora e que consiga transmitir tudo que a versão original conseguiu deixar marcado em nossos corações. ♥