Mini-flashback: Por Amor


Este é um post muito especial pra mim, por vários motivos: Manoel Carlos é meu ídolo, pra mim foi uma de suas melhores novelas, ela estreou no meu aniversário de 1997 (13 de outubro). Marcando o retorno do autor no horário das oito, depois de tantos anos, Por Amor tinha tudo para ser uma novela clichê, com elementos tão típicos da teledramaturgia. Mas com a maestria do autor, se tornou uma de suas obras mais relevantes, assim como um grande destaque do horário. Com a direção de Paulo Ubiratan e Ricardo Waddington, a novela traçava um panorama da classe média carioca e dos ditos "novos emergentes". E esse olhar era lançado através de complexas relações que envolviam o amor, em sua essência. A canção da abertura foi "Falando de amor", na voz dos grupos Quarteto em Cy e MPB4. Ao acompanhar um trecho, vemos que a escolha foi perfeita e refletia bem o amor incondicional de mãe e filha, mostrado na trama. Confira o trecho e a abertura original da novela:

Se eu pudesse por um dia. Esse amor, essa alegria, eu te juro, te daria. Se pudesse esse amor todo dia 



A viagem para Veneza. 

Helena (Regina Duarte) e sua filha Eduarda (Gabriela Duarte) partem rumo à Itália, cada uma com um motivo; a primeira tenta esquecer o término de um namoro, enquanto a segunda vai com o intuito de se despedir da vida de solteira, já que está de casamento marcado.

Fonte: Memória Globo

Durante a viagem, elas conhecem Atílio (Antônio Fagundes), um galanteador e brincalhão que finge não ser brasileiro, mesmo conhecendo a jovem Eduarda. Eles se conhecem, pois ele trabalhava na empresa do sogro da moça, e depois de tudo resolvido, ele passa a acompanhar mãe e filha na viagem. Helena acaba se encantando por Atílio, até ele partir em sua viagem no expresso do Oriente. O que Helena não imaginava era o quão cobiçado Atílio era no Rio de Janeiro. 

Fonte: O Globo

Laura e suas artimanhas. 

Enquanto isso, no Rio, Marcelo (Fábio Assunção), noivo de Eduarda, tenta fugir das tentações das moças da empresa e de sua ex, a obsessiva Laura (Viviane Pasmanter). Eles acabam sofrendo um acidente juntos, o que se torna motivo para Laura causar mais ciúmes ainda em Eduarda.

Fonte: Memória Globo

Quando retorna ao Brasil, a moça quer terminar com Marcelo por acreditar que ele estava traindo ela com a ex. Mais do que isso, ela ainda vai à casa de Laura, agredindo-a:


Fonte: Memória Globo

Mesmo com todas as armações, Laura não consegue separar o Marcelo e Eduarda, que acabam finalmente se casando. Porém, durante toda a gravidez da temperamental Eduarda, Laura se aproveita da situação, colocando medo na moça. A todo momento que pode, a vilã faz telefonemas com o som de uma caixinha de música para Eduarda, sem se identificar. Para maior desespero de Eduarda, ela tem que lidar com os gêmeos que Laura teve de Marcelo, numa noite em que o rapaz estava bêbado. Tais motivos são suficientes para causar furor na insegura filha de Helena. 

Fonte: Memória Globo

Atílio e suas mulheres. 

Se Eduarda tinha de enfrentar Laura, com Helena não foi diferente. Ao voltar para o Brasil, estava claro que ela queria manter uma relação com Atílio. Porém, o arquiteto teria que romper finalmente com Isabel (Cássia Kiss), uma relação conturbada que não era considerada namoro, mas que garantia a ela a total posse dele.

Fonte: UOL

Mais do que isso, ele teria ainda que se livrar da temível Branca (Susana Vieira), sogra de Eduarda, com quem teve um caso no passado, mas acabou sendo trocado por seu atual marido. Mesmo assim, ela nunca o esqueceu e nem fez questão de esconder isso do próprio marido ou dos filhos.

Fonte: TV Globo

Branca, na verdade sempre achou que Marcelo era filho de sua relação extraconjugal com Atílio, por isso o tratava com mais amor do que os outros filhos. Ao término da novela, ela descobre que o filho de Atílio era na verdade Leonardo (Murilo Benício), o que ela mais rejeitava. 

Fonte: TV Globo

Depois de muitas crises, Atílio consegue se afastar das duas, para enfim ficar com Helena. Porém, o relacionamento dos dois passar por algumas crises, depois da suposta morte do filho do casal. Atílio então passa a se envolver com a colega de trabalho de Helena, Flávia (Maria Zilda Bethlem). 

Fonte: IG

Os emergentes da Barra.

Dominando o cenário dos emergentes da Barra, está a insensível Branca Letícia de Barros Mota. Ela é casada com Arnaldo de Barros Mota (Carlos Eduardo Dolabella), mas nunca gostou dele de verdade, tornando-se mais amarga ainda por ter de viver ao seu lado. A vida de Branca gira em torno de festas, tramoias para conseguir o que quer e seu simbólico dry martini. O casal tem três filhos: o noivo de Eduarda, Marcelo; o tímido e rejeitado Leonardo e a intempestiva Milena (Carolina Ferraz). Ela é o maior motivo de conflitos e rancor para a mãe, pois faz o que tem vontade independente do que alta sociedade carioca irá pensar. Outra família emergente é a de Meg, ou Margarida Saboya Trajano (Françoise Forton), a mãe de Laura. Ela mantém sua cachorra Inés como se fosse uma criança, dando-lhe festas de aniversário e casamento. Meg é casada com Trajano (Ricardo Petraglia), com quem tem uma ótima relação. Além de Laura, os dois tem a filha mais nova, Natália (Júlia Almeida). 

Fonte: Memória Globo

O alcoolismo de Orestes.

Num dos mais significativos merchandising social, a história de Orestes (Paulo José) comoveu muita gente. Ele era ex-marido de Helena e pai de Eduarda, com quem não tinha uma boa relação. Por conta de seu alcoolismo, perdeu sua esposa e o amor da filha mais velha. 

Fonte: Programa Atualize

Se casou novamente com Lídia (Regina Braga), dona de um salão de beleza em Niterói. Ela sempre lutou para conquistar sua independência, já que sabia que não podia contar muito com seu marido.

Fonte: IG

Juntos tiveram a pequena Sandrinha (Cecília Dassi), motivo de orgulho de toda a família. Diferente da reação de Eduarda, que mantém distância de tudo que remete ao pai, a menina faz muito para que ele saia dessa vida, levando-o inclusive ao Alcoólicos Anônimos. 

Fonte: Canal Viva

Nando e Milena.

Milena, a filha irredutível de Branca acaba se apaixonando pelo piloto de helicóptero. Ele é Nando (Eduardo Moscovis), filho do primeiro casamento de Lídia, um rapaz tímido e discreto, de poucas palavras. Porém, isso não impede que eles vivam um dos amores mais relevantes da trama. Apesar de se gostarem muito, eles têm de lidar com os planos maquiavélicos de Branca, que inclusive arma para que Nando seja preso. No fundo o rancor de Branca é pelo fato de o rapaz ser de origem humilde, como ela foi no passado. Mesmo com todas as armações, Nando e Milena acabam vivendo felizes, um ao lado do outro. 

Fonte: Noveleiros

A troca de bebês. 

Helena e Eduarda engravidam juntas, o que é motivo de muita felicidade para ambas. Com o tempo, descobre-se que a gravidez de Eduarda é de risco. Elas escolhem César (Marcelo Serrado) para fazer o parto, já que ele é amigo das duas de anos. Na verdade ele sempre foi apaixonado por Eduarda, e não consegue esconder isso, nem mesmo de Anita (Flávia Bonato), sua namorada. Isso a torna uma mulher amarga e irônica.

Fonte: Programa Atualize

Mesmo assim, ele dá sequência aos planos de Helena, de fazer seu parto. Depois da cirurgia, o bebê de Eduarda não resiste e acaba morrendo. Então, sua mãe resolve trocar as crianças e ficar com o filho morto. 


Fonte: Memória Globo

Helena e César mantém o segredo por toda a novela, até que um dia Eduarda encontra o diário da mãe, e como Atílio já havia lhe dito, ela lê e descobre toda a verdade.



A insegurança de Sirléia. 

Sírléia (Vera Holtz) foi miss Tatuí nos idos de 60, anos mais tarde se casou, aos 30 anos, com um homem mais novo.

Fonte: Teledossie

Nestor (Marco Ricca), apesar de mais novo e de pouca demonstração de afeto para com a esposa, sempre gostou muito dela. Mas isso não acaba com a insegurança de Sirléia com relação à diferença de idade e do peso da velhice. 

Fonte: Bravo Online

Juntos eles têm uma filha, a agitada Catarina (Carolina Dieckmann). Ele é sempre barrada pelo pai em seus namoros, já que ele morre de ciúmes da garota. Tal fator faz, inclusive, que ela rompa com Márcio (Pablo Padilha), seu namorado do bairro. Ao longo da trama ela conhece Leonardo, por quem acaba se apaixonando. Ele deixa de gostar de Laura, sua ex-cunhada, com quem nunca teve chance, para começar um relacionamento com Catarina, com quem acaba sendo muito feliz. 

Fonte: Carolina Dieckmann

Bissexualismo.

Fonte: O Canal

Virgínia (Ângela Vieira) é irmã de Helena e sempre aparentou ter uma ótima relação com o marido Rafael (Odilon Wagner), causando até certa inveja em quem vê a relação de fora. Mas Virgínia começa a estranhar os comportamentos e as sumidas do marido, até que resolve investigar. Ela descobre que ele mantém um apartamento com outra pessoa, o que lhe causa desespero. A situação só piora quando ela descobre que sua relação extraconjugal é com um homem, Alex (Beto Nasci). 

Fonte: TV Globo

A história vem à tona para toda a família, causando a revolta dos filhos. Juliana (Larissa Queiroz) ainda é menos ríspida com tal situação, mas Rodrigo (Ângelo Paes Leme), que sempre achou o pai esnobe e a mãe fútil, acaba se revoltando mais ainda contra tudo e todos. 

Fonte: Terra

O preconceito

Wilson (Paulo César Grande) é filho de uma brasileira com um sueco. Ele até seria um bom homem, não fosse seu modo violento de ser e seus preconceitos. Mesmo assim, ele se envolve com Márcia (Maria Ceiça), com quem tem uma relação estável, mas que não quer gerar filhos. Quando ela descobre que está grávida, já que era de seu agrado, ele se revolta e os dois acabam se separando. Ao longo da trama, Wilson tenta romper a barreira de seus preconceitos e aceitar a menina de Márcia como sua filha. 

Fonte: Memória Globo

O jardineiro garanhão.

Na vila onde mora Wilson e Márcia, mora também Magnólia (Elisângela), uma mulher fogosa, casada com o, sempre cansado, Oscar (Tonico Pereira). Ela gosta do marido, mas isso não impede ela de ter suas aventuras amorosas. E sua vítima é o jardineiro boa pinta, que vive de peito nu mostrando seus dotes na vizinhança, Cigano Igor Genésio (Ricardo Macchi). Os dois são amantes e nem ligam para isso, agem sem o menor receio ou peso na consciência. 

Fonte: Capa do disco nacional
O Final.

Dentre tantas histórias de amor, de perdas e ganhos, o final da novela não trouxe grandes surpresas, mas conclusões de histórias cotidianas, cumprindo seu real papel. Atílio perdoa Helena e eles acabam reatando, Laura em meio às suas loucuras, acaba morrendo e deixando os gêmeos, ela recebe uma homenagem da família, que acabou sendo uma das cenas memoráveis da trama.



Branca acaba sozinha em sua casa com o dry martini. Marcelo e Eduarda terminam a novela felizes, apesar do autor sugerir que Marcelinho tenha ficado com Atílio e Helena, na cena final. 


Fonte: Memória Globo

Opinião: Talvez tenha sido esse um melhor final, mesmo que para infelicidade de Eduarda. Afinal, Marcelo tinha ainda dois filhos, gerados por Laura e Atílio não tinha nenhum - até descobrir que Leonardo era seu filho -, apesar de sempre ter sido de sua vontade. Helena que sempre tentou proteger a filha do mundo, tornando-a uma menina mimada e petulante, acabou sendo a culpada por sua punição. Ao mesmo tempo que o amor foi uma qualidade na novela, ele acabou sendo o maior pecado da protagonista; seu defeito foi amar demais, tentar proteger demais, e talvez isso faça dela uma das Helenas mais relevantes do autor, porque diferente das outras, ela não se julgava tão errada assim, sentia que o amar demais não é errar, mas sim buscar o melhor pro outros, mesmo que isso acaba afetando alguma pessoa da qual gostamos. Coloco essa Helena ao lado da vivida por Vera Fisher, pois ao mesmo tempo que elas representaram grandes mães, com um amor incondicional e indiscutível, elas o fizeram sem pensar na consequência que isso traria para seus respectivos amados, Atílio e Miguel (Tony Ramos). O autor alega que quando construiu a história principal da novela, pensou naquele que seria o maior amor do mundo, o materno. Concordamos com ele, mas ao mesmo tempo nos questionamos, até onde ir com esse amor para que não se machuque o próximo, como acontece em Por Amor. Outro diferencial dessa novela para Laços de Família (2000) é que na segunda, Helena não tinha outro meio para tentar salvar a filha, enquanto em Por Amor, talvez o "dizer a verdade" ainda fosse o maior remédio, mesmo que Eduarda tivesse que lidar com as dificuldades e empecilhos de não poder mais gerar uma criança sem ainda ter presenciado tal situação. Entre pecados e absolvições, Helena demonstrou ter por sua filha um dos maiores amores já visto na TV, representando uma das mães mais consagradas da teledramaturgia, numa das histórias mais emocionantes. 

Curiosidades: A novela foi lançada com os seguintes dizeres: Do que você seria capaz por amor? - fazendo o telespectador refletir a respeito de tal assunto. Os teasers de lançamento das novelas do autor sempre tentam aproximar público, personagens e atores. 


Foi a segunda Helena de Regina Duarte, que viria a fazer a terceira em Páginas da Vida (2006). Quando a atriz deu vida à sua primeira protagonista do Manoel Carlos, em História de Amor (1995), Regina pediu ao Boni para transformar a novela em série de tanto prazer que sentiu em fazer. A própria alega que anos depois teve o prazer de fazer o que ela considera ser uma História de Amor 2, e melhor ainda por contracenar com a própria filha, Gabriela. Por Amor foi considerada pesada por retratar tabus e dilemas da sociedade contemporânea, recebendo críticas em determinados momentos pelos temas discutidos na novela. O diretor Paulo Ubiratan morreu durante as gravações, deixando a direção de núcleo nas mãos de Ricardo Waddington, que assumiria as duas próximas novelas do autor. A canção de abertura, como já falada, foi "Falando de Amor", mas a responsável pela divulgação e que é lembrada até hoje como tema, foi "Per Amore", na voz de Zizi Possi. A personagem Eduarda ganhou um site com os dizeres Eu odeio a Eduarda, que teve mais de 8 mil acessos em menos de um mês. O mesmo fato ocorreria em Laços de Família, com a personagem Camila (Carolina Dieckmann). 
Manoel Carlos alega que escreveu a sinopse da novela 14 anos atrás da obra ser desenvolvida, mas acabou se envolvendo com outros projetos. Ele se inspirou em pessoas do próprio cotidiano para criar os personagens da trama, como o alcoólatra Orestes, que surgiu durante uma conversa com um amigo a respeito dos alcoólatras que povoam quase todas as famílias. 
A novela foi reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo entre 2002 e 2003, e teve tamanha repercussão e audiência que bateu a novela Esperança, exibida na época no horário das oito - o mais cobiçado da emissora. Foi exibida entre 2010 e 2011 pelo Canal Viva, marcando a estreia de seu horário de novelas das 16 horas. 

Fonte: Teledramaturgia e Memória Globo

Trilha sonora: A trilha nacional contou com grandes nomes da MPB, como Roberto Carlos, Zizi Possi, Zeca Baleiro, João Bosco, Maria Bethânia, enfim, vários. É considerado um dos melhores CDs, por conta do primor na escolha da trilha que conta com regravações como "Paralelas" na voz de Elba Ramalho e sucessos mais populares como "Sempre há saída" de Luis Carlos, do grupo Raça Negra. Porém, dois grandes sucessos foram justamente os temas dos personagens Nando e Milena; "Só você" na voz de Fábio Jr. é um hit até hoje, mas "Palpite" arrebatou corações na voz de Vanessa Rangel, que fez pouco sucesso com outras canções, mas que firmou um lugar de destaque com essa. A trilha vendeu mais de meio milhão de cópia e colocou as duas canções que acabei de citar, além de "Per Amore", no topo das paradas de 1997. Confira "Per Amore" e "Palpite": 

  1. "Só Você" - Fábio Jr (tema de Nando)
  2. "Sempre Há Saída" - Luiz Carlos (tema geral)
  3. "Nem Um Dia" - Djavan (tema de Eduarda e Marcelo)
  4. "Palpite" - Vanessa Rangel (tema de Nando e Milena)
  5. "Enquanto Espero" - João Bosco (tema de Branca)
  6. "Abrazame Asi" - Roberto Carlos (tema de Léo)
  7. "Fora da Lei" - Ed Motta (tema de Cati)
  8. "Paralelas" - Elba Ramalho (tema de César)
  9. "Falando de Amor" - Quarteto em Cy (tema de abertura)
  10. "Per Amore" - Zizi Possi (tema de Helena e Atílio)
  11. "Bandeira" - Zeca Baleiro (tema de Isabel)
  12. "Preconceito" - Maria Bethânia (tema de Wilson e Márcia)
  13. "Às Vezes Nunca" - Verônica Sabino (tema de Laura)
  14. "Mudança dos Ventos" - Nana Caymmi (tema de Sirléia)

A trilha internacional é meu bibelô, pois tem muitas canções boas. O disco era eclético pois ia do clássico, como a regravação em inglês de "Dindi", sucesso da bossa nova, até as mais agitadas como "More than this" do grupo 10.000 Maniacs. A trilha se destacou por conter muita música além do inglês convencional, afinal, tinha canções em luso-português, francês, italiano e espanhol. Dentre as canções do disco eu escolhi duas para representar aqui. A primeira é um sucesso do grupo Backstreet Boys, que estava no auge dos anos 90 e a segunda é a romântica, tema de Eduarda e Marcelo, "How could an angel break my heart" na voz de Toni Braxton, que estava sempre presente nas trilhas de novelas do Manoel Carlos. 

  1. "So Help Me Girl" - Gary Barlow (tema de Nando)
  2. "Stay With Me" - Jocelyn Enriquez (tema de Laura)
  3. "Mi Dios y Mi Cruz"- Donato & Estéfano (tema de Pedro e Sirléia)
  4. "More Than This" - 10.000 Maniacs (tema de Milena)
  5. "L'Amore Vero" - Erminio Sinni (tema romântico gerla)
  6. "Dindi" - El Debarge & Art Port (tema de Atílio e Flávia)
  7. "Paint My Love" - Michael Learns To Rock (tema de Isabel)
  8. "How Could An Angel Break My Heart" - Toni Braxton (tema de Marcelo e Eduarda)
  9. "Aïcha" - Gilbert (tema das festas de Meg)
  10. "I'm Not Giving You Up" - Evelyn Fox (tema de Isabel)
  11. "Hold On" - Alexia (tema de Léo e Catty)
  12. "As Long As You Love Me" - Backstreet Boys
  13. "Se Eu Fosse Um Dia o Teu Olhar (Si Fuese Un Dia Tu Mirar)" - Pedro Abrunhosa
  14. "Thinking Of You" - Different Beat
Fonte: Teledramaturgia e Wikipédia