A atual trama das seis devia se chamar "Amores Proibidos", porque sinceramente é o que mais tem na história - e é o que faz a novela seguir caminhando. Sem uma grande história principal, a novela praticamente vive dos clichês teledramatúrgicos. Joia Rara recebe a assinatura de Duca Rachid e Thelma Guedes, responsáveis por grandes sucessos do horário, mesmo com uma curta carreira. Só que pelo visto, a atual novela da dupla não vem agrandando tanto assim. Em meio a tamanhas histórias repetitivas, o que realmente chama atenção na trama é a quantidade de personagem vivenciando uma relação amorosa não aceita ou, em alto e bom tom, proibida. Como era de se supor, os protagonistas vivem um amor impedido pelo pai do rapaz, Ernest (José de Abreu) e atrapalhado pelas armações de Sílvia (Nathália Dill) e Manfred (Carmo Dalla Vechia). Mas muito além disso, os dois não ficam juntos simplesmente por erros próprios, por dúvidas deles mesmos, por preconceitos intrínsecos, gerados pela diferença social ou receios que ambos tem para com a família. Podemos dizer que o maior inimigo de Franz (Bruno Gagliasso) e Amélia (Bianca Bin) ainda são eles mesmos. Passemos para o próximo, aliás, outro casal separado por Ernest, Iolanda (Carolina Dieckmann) e Mundo (Domingos Montagner). Eles eram felizes, mesmo ele não tento planos de consumar um matrimônio com a moça, como ela desejava. Até que o "papi soberano" de Franz resolveu se enrabichar pela moça e a tirou de Mundo, o irmão de Amélia. Resultado: até hoje eles vivem nesse jogo de gato e rato, onde Iolanda tenta fugir com Mundo, mas Ernest sempre tem um plano que dá certo.
Ainda com relação às diferenças sociais e núcleo da família Hauser, temos a bela Hilda (Luiza Valdetaro), única filha de Ernest que teve o prazer de dar o desgosto ao seu pai, por largar o lar e se casar com um comunista e operário, o Toni (Thiago Lacerda). Talvez seja uma das mais belas histórias da trama, e que tenha gerado grandes e sublimes momentos, mas e agora que tudo se acalmou, que Hilda foi mesmo escorraçada? Serão eles felizes pelos próximos longos meses que a novela ainda estará no ar? Ainda na família mais conturbada do horário, temos Viktor (Rafael Cardoso) que mantém uma paixão desesperada pela cunhada, mesmo sabendo que o tipo de relação entre eles não é aceito e nem bem visto pela família. Mas pra mim, quem está no topo dos belos "amores proibidos" ainda é Aurora (Mariana Ximenes) e Davi (Leandro Lima).
Eles sofrem do mesmo mal dos protagonistas, não há alguém que os impeça de assumir esse amor, mas são eles mesmos. Aurora não se vê à vontade em se relacionar com um ex soldado de guerra, que não pode lhe dar os luxos da vida com a qual estava acostumada. Ele acredita que não possa satisfazer a moça por conta de sua paralisia. Sendo assim, os dois acabam se vendo às escondidas, mas isso não impede que eles tenham momentos de plena felicidade. E para finalizar a extensa lista dos amores que não estão acontecendo em Joia Rara, temos o mais novo casal do momento - ou não -, Matilde (Fabíula Nascimento) e Sonan (Caio Blat), ele é um monge budista que não pode se sucumbir diante dos desejos da carne e ela está perdidamente apaixonada por ele, sem saber ao certo o que fazer ou mesmo, como se comportar. Claro que ainda temos amores que não deram certo, como o de Lola (Letícia Spiller) e Mafred, que sempre a manteve como uma amante fixa. Ou mesmo a engraçada relação de Creotina (Luana Martau) com o gay Joel (Marcelo Médici), que vive fugindo da moça. Em suma, a novela vence disparado no quesito "amores proibidos, barrados, impedidos, recriminados". Se ao final, ao menos a metade desses casais forem felizes, nós ficaremos satisfeitos.
Fonte das imagens: Globo/Joia Rara
