A melancolia de Nicole.




Ontem foi ao ar o tão aguardado momento da descoberta da relação de Thales (Ricardo Tozzi) e Leila (Fernanda Machado), em Amor à Vida. Mas além disso, foi ao ar a morte da personagem Nicole (Marina Ruy Barbosa), a moça que sofreu desde o dia em que botou os pés na trama de Walcyr Carrasco. Pois é, quem acompanha a história, percebeu a dor que a menina trazia da perda dos familiares, fato que sempre fazia questão de ponderar, em qualquer oportunidade. E não seria pra menos, afinal, qual ser humano sabe lidar com tantas mortes, de pessoas tão próximas. E mais, passar a vida sendo criada por 'empregados'.













O autor também fez questão de frisar que Lídia (Ângela Rebello) era mais do que uma mera empregada, e trouxe à tona uma das cenas mais emocionantes da personagem Nicole, durante sua curta trajetória na trama. 



A cena que parecia ser mesmo uma despedida entre as duas, no leito do hospital, foi um dos pontos altos de Amor à Vida, aliás, que vem surpreendendo pelo alto teor emocional nos últimos tempos. Mas voltemos ao princípio, quando Nicole ainda nem suspeitava de sua doença. Ela se tornou próxima de Leila, que nunca fez muita questão de esconder seus interesses, tanto que deu alguns 'furos' diante da moça, como no dia em que questionou se não ganharia nada da herança da órfã milionária. 
Mesmo assim, Nicole não abriu os olhos para a situação e, antes que todos já pensem, não questionarei Walcyr Carrasco por isso. Creio que a personagem era carente ao extremo e tenha encontrado em Leila um alicerce para se apoiar, como se a moça tivesse se tornado sua primeira grande amiga. Mesmo com as insinuações, Leila conseguiu passar a imagem da amiga prestativa, não boa, mas sempre presente nas horas difíceis. 
Quando veio a descoberta do Linfoma de Hodgkin, a moça perdeu o chão, como creio que seja para qualquer ser humano diante de tal notícia. Um fato que me cativou na história da moça, foi quando ela discorreu a respeito da morte, que é algo pelo qual todos sabemos que passaremos, mas vivemos como se isso nunca fosse acontecer.

Pois é, difícil aceitar que um dia chegaremos ao fim, e pior, ter uma data para isso. Foi quando ela resolveu se recolher em uma cidade serrana, como se pudesse fugir do que estava vivendo. Nesse momento ela caiu na teia de Thales, o belo jovem que estava no lugar certo e na hora certa. Desde então, sua vida se resumiu a ouvir a melancólica "Clair de Lune", com o futuro marido, tomando chá de hortelã. E assim como toda sua jornada na novela, seu final foi melancólico, triste, sofrido. Morreu no altar, se casando, realizando o desejo de sua vida, mas terminando sua realização de maneira trágica. 
(Spoiler) Daqui pra frente, muitos sabem que ela irá continuar na trama encarnando seu próprio espírito. Aliás, tal temática é algo bem recorrente nas tramas de Walcyr Carrasco, vide Alma Gêmea. E ao que tudo indica, Thales tentará 'manter contato' com a falecida esposa, mas será ridicularizado por Leila. Mas, como a pessoal em questão no post é Nicole, percebemos que a moça passou quase três meses em Amor à Vida apenas sofrendo.
E se já suspeitávamos que as coisas não terminariam boas para Nicole, podemos dizer também que esperávamos um ar mais leve na melancolia da moça, que mesmo antes da doença, parecia sofrer de um tristeza crônica. Novos tempos virão para a personagem, e esperamos que ela faça vingança à ambiciosa Leila, que a meu ver, é a maior vilã da atual novela das nove. Em uma humilde opinião própria, digo que Marina Ruy Barbosa me agradou com sua personagem. A moça conseguiu transmitir o ar sofrido de Nicole, conseguiu transparecer em seus olhos a vontade incondicional de se casar, de viver um grande amor. E em seu término de vida, pode falar, mesmo que diante de uma enorme decepção, que amou de verdade Thales.